terça-feira, 27 de abril de 2010

Oficina - Comércio Internacional e OMC - 30/04/10


A próxima oficina do Cidadão Mundial será nessa sexta-feira às 13h, no Industrial com o tema "Comércio Internacional e OMC", fechando a discussão sobre os temas apresentados também nas duas oficinas anteriores.

A importância de temas como o Gatt, OMC, Rodada Doha e China serão discutidos ao longo da oficina e se você quiser saber o significado de termos como subsídios, protecionismo, liberalização econômica, medidas fito-sanitárias não perca a nossa próxima oficina. Esperamos a presença de todos!

A América Latina ainda tem muito a aprender com a Europa


Os anos 90 e mais fortemente o novo século presenciaram um fortalecimento da globalização e das relações entre os Estados, com um aumento exacerbado das trocas comerciais, dos acordos políticos e militares e da cooperação em áreas sócio-ambientais. No entanto, é importante destacar um fenômeno que não é novo, e que parece ser oposto a essa nova globalização, mas que acaba por ser reforçado também nos últimos tempos, a Regionalização.
Assim, percebe-se que tem se tentado cada vez aliar-se a países com certa proximidade regional, na busca de um fortalecimento que pode se estender ao global. O exemplo maior deste é a União Europeia, que é considerada o caso de maior sucesso existente, e que vem evoluindo desde os anos 40. Hoje, como uma União Monetária, a União já possui uma moeda comum, o Euro, já implantado na maioria dos países-membros, além de que vêm aumentando a cooperação e a tentativa de alinhamento das políticas nacionais em questões de extrema importância, como a segurança ou as questões econômicas.
Além disso, a União ganhou força como tal, sendo exemplo disso o seu pertencimento como membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), tendo um assento próprio além dos Estados Europeus que já participam.
Mas uma análise brasileira do regionalismo deve colocar a posição nessa dinâmica em que se encontra hoje o Mercosul, em especial em comparado a UE.
O alinhamento dos Estados-Membros da organização regional da América do Sul se apresenta muito mais complicado e muito menos evoluído. Pode ser caracterizado como uma União Aduaneira incompleta já que as tarifas comuns muitas vezes são deixadas de lado pelos Estados-Membros. Assim, apesar de possuir um número muito menor de Estados que a UE, a dificuldade parece ser muito maior, e enquanto alguns estadistas pensam em nomes para uma possível moeda comum, os analistas defendem que pontos muito mais importantes e falhos devem ser colocados em debate antes. Talvez a organização tenha um potencial para se desenvolver e um dia se tornar uma União Monetária, quem sabe, mas enquanto isso não ocorre, os Estados-Membros, assim como outros Estados da região latino-americana vão tentando buscar a criação de novas organizações que agrupem tanto os mais quanto os menos desenvolvidos do continente, à exemplo do “CALC”, que com um nome temporário foi criado no começo desse ano na Cúpula do México, uma “OEA B”, como alguns definem já que possui todos os membros da OEA, exceto Estados Unidos e Canadá, além de ter agregado também Cuba, que há muitos anos foi expulsa da Organização dos Estados Americanos.
O regionalismo como forma de fortalecimento internacional, como força de desenvolvimento da economia e como forma de manutenção da paz e estabilidade em um nível regional. As conseqüências são sim extremamente importantes, mas o processo é complicado e precisa de muita força por parte dos Estados que querem se beneficiar da cooperação.
Assim, esperamos, como brasileiros, que um dia possamos nos beneficiar de políticas promovidas pelo Mercosul, ou mesmo de um desenvolvimento que esse possa gerar no setor produtivo brasileiro, assim como hoje ocorre com os Estados europeus membros da UE. E enquanto isso não ocorre, continuamos assistindo as muitas conversas e encontros entre os estadistas, que na grande maioria, continuam sendo vãs tentativas de pular passos e tentar apressar o que precisa, antes de tudo, ser planejado.

Por Lais Beltrão Silva

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Oficina - Organizações Regionais e Multilaterais - 23/04/10


A próxima oficina do Cidadão Mundial será nessa sexta-feira também às 13h, no Industrial com o tema "Organizações Regionais e Multilaterais", trazendo novas discussões sobre os temas iniciados na oficina da semana passada.
UE, NAFTA, OEA, OTAN, OPEP, o que todos esses acrônimos têm em comum? Todos eles representam organizações regionais ou multilaterais que serão explicadas em detalhes na nossa próxima oficina. Aguardamos vocês!

Poder e Multilateralismo nas Relações Internacionais


O poder é questão central nas relações entre pessoas, nas relações entre políticos e acima de tudo, nas Relações Internacionais. As discussões abarcam todas as instâncias, desde econômicas, políticas, culturais e militares, passando inclusive por sociais.
A hegemonia de um único Estado é algo positivo ou negativo? Ou pode se pensar que, apesar de ter mais poder que todos os outros atores um único Estado não tenha o necessário para organizar o Sistema Internacional.
Dentro desses questionamentos as teorias buscam analisar as relações de poder de acordo com a quantidade de atores que se destacam na Sociedade Internacional. Fala-se de uma Pax Britânica ou Romana, na época em que esses se caracterizavam como Império de poder maior que todos os Estados. Fala-se também do sistema Bipolar da Guerra Fria, quando EUA e URSS dividiam os dois pólos de poder mundial, e fala-se agora, na era da globalização, de um Sistema Multipolar, já que é cada vez maior o número de atores com poder para alterar as Relações Internacionais.
Essa nova organização mundial leva a um aumento dos debates na busca por solução para problemas que são visto como ameaças a todos, a exemplo do terrorismo e das mudanças climáticas. Surge, desse modo, a necessidade de Organizações Internacionais (OIs) que se coloquem como um novo foro de discussão onde se possam pronunciar todos os atores ali representados, numa busca conjunta por novas medidas.
Mas como trazer mais efetividade para essas organizações e evitar que sejam um instrumento de manobra de alguns países sem que as negociações sejam atravancadas por falta de acordo entre os Estados?
Esse questionamento traz à tona que muito ainda precisa ser discutido não só dentro das próprias OIs, mas inclusive e principalmente por todos aqueles Estados que se colocam como atores internacionais. Desse modo, para que se conclua qual a melhor maneira possível com que esses Estados possam participar, sejam eles desenvolvidos, emergentes ou mesmo países que necessitam ajuda humanitária para sair de uma situação interna caótica, como o Haiti, é preciso mudança. E essa mudança deve começar em cada instância das sociedades e governos nacionais, para que algo possa ser feito em um cenário internacional de modo que o Multipolar realmente seja caracterizado por diversos pólos de poder!

Por Lais Beltrão Silva

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Oficina - Sistema Multipolar e Organizações Internacionais - 16/04/10


A próxima oficina do Cidadão Mundial será nessa sexta-feira às 13h, no Industrial com o tema "Sistema Multipolar e Organizações Internacionais", que dará início a uma nova linha de discussão a ser apresentada nas próximas oficinas.
Se você não quer entender mais sobre o mundo multipolar atual e não conhece importantes organismos como ONU, FMI, AIEA, Unicef, Unesco, entre muitos outros, compareça à nossa oficina. Esperamos por todos!

terça-feira, 13 de abril de 2010

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Oficina - Conflitos Armados e Zonas de Tensão - 09/04/10


A próxima oficina do Cidadão Mundial será nessa sexta-feira às 13h, no Industrial com o tema "Conflitos Armados e Zonas de Tensão", complementando e expandindo o tema apresentado na oficina da semana passada.
Atualmente, ocorrem cerca de 25 conflitos armados ao redor do globo espalhados por quatro continentes. Iraque, Afeganistão, Colômbia, Somália estão em guerra e se você quiser ver esses e outros conflitos mais a fundo não deixe de assistir à nossa oficina. Compareçam!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Processo de Neocolonização e suas consequências


O que é o Neo-Colonialismo? Pode-se dizer que é uma conquista, uma dominação, uma exploração, a imposição de leis e vontades alheias a um povo? O prefixo “Neo” significaria uma repetição disso tudo, certo? Sim, tudo isso é verdade, mas o que isso tudo significa exatamente? Bem, isto é o que você, meu caro leitor, verá abaixo.
A grande oportunidade para aqueles países que ficaram fora ou a margem da disputa colonial dos séculos XVI à XVIII deu-se em meados do século XIX. Na Europa desenvolveram-se novas técnicas e tecnologias, como o navio e a locomotiva à vapor, a química, a física, a geografia e a economia. Os países produziam mais e precisavam exportar, vender os seus produtos, bem como necessitavam de matérias primas para produzir mais, gerar mais riquezas... isso tudo estava disponível nas possíveis novas colônias, nos territórios ainda desconhecidos. Logo, diversos países europeus iniciaram a busca por novos domínios, principalmente nas misteriosas e desconhecidas África e Ásia. Este foi um dos eventos que marcou o século XIX e início do século XX, chamado de Neo-Colonialismo, um “Novo Imperialismo”, das grandes potências européias.
Esquadrinhada e mapeada as formas e riquezas dos então desconhecidos continentes africano e asiático, a dominação se deu de diferentes formas, seja com a ocupação militar ou a influência política, objetivando principalmente a exploração dos recursos, da mão-de-obra, das riquezas e do mercado consumidor daqueles territórios. Assim, novos países entraram nesse jogo de interesses (Bélgica, Holanda, Alemanha, Japão e Itália, por exemplo), competindo com os antigos colonialistas (tais como Portugal, Espanha, Reino Unido e França).
Poderíamos classificar o fenômeno da Neo-Colonização como um dos maiores da sociedade internacional contemporânea. Observamos a expansão militar, comercial, financeira e política da Europa sobre outras regiões do globo, dominando povos e territórios, que em contrapartida contou com a reação das populações oprimidas, lutando pela sua soberania e auto-afirmação como povo livre. A dominação se repetiria e a luta por liberdade também, ocupando por completo todo o século XX e culminando com a explosão de dezenas de novos Estados soberanos na África e na Ásia. Muitos são os resultados e conseqüências da Neo-Colonização, como as contradições das fronteiras africanas, o retardo tecnológico e social graças à exploração e dominação dos europeus, o desejo de uma África unida, uma Ásia não menos fragmentada e conflituosa... enfim, diversas situações que originaram-se no processo de Neo-Colonização. Para compreender o mundo em que hoje vivemos e as relações internacionais contemporâneas é imprescindível lembrar desse processo, analisar e refletir sobre esse que foi um dos eventos mais significativos e cheio de conseqüências na história da humanidade e do mundo.

Por Eduardo de Castro e Marília Gadotti